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tictaquinho

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Jan 22nd, 2017
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  1. me sinto perdido, talvez pela concepção geral de que isso é uma fuga, um não querer enfrentar os fatos e dar a volta por cima. Não concordo muito com essa concepção, afinal não há fuga para o nada, não há sentido viver ou morrer, a diferença é que morto não preciso me preocupar com problemas fúteis e seres humanos tão deploráveis.
  2. é, pelo visto eu morri por dentro, várias coisas me mataram aos poucos por dentro, consumiram minha vontade de tentar. as coisas muitas vezes dão errado, refletir ajuda por um tempo, engana um pouco a gente e faz com que tenhamos a esperança que um dia as coisas vão mudar de figura, que vai pra frente, mas às vezes não vai, essa desculpa ficou tão vazia pra mim quanto o conceito de vida, que sumiu depois de um tempo, sabe, quando eu era criança e vivia em um mundo fantasioso eu sempre quis ser explorador, navegar pelo mundo descobrindo lugar e pessoas, de diferentes tipo, etnias, etc.. era realmente muito bom ter um motivo para viver, algo para me agarrar, na verdade viver, naquela época eu tinha um conceito muito abstrato sobre a vida, nem sabia defini-la ainda, mas depois de um tempo percebi o quão cruel o mundo poderia ser, vi meus sonhos desabando depois que descobri que todo mundo já tinha sido descoberto seculo atraz, isso me deu um vazio enorme, já nã tinha aquele espirito jovem de vontade de potência. Simplesmente acomodei-me com a dor, lutar só a aumentava, parar de me debater poupou o mínimo para que eu tivesse uns poucos momentos de satisfação na minha vertiginosa queda rumo ao abismo que me encontro. Meu rosto sem expressão, essa melancolia estampada em minha alma(que eu nem acreditava existir). Já não consigo dormir, pensar, sonhar, amar, to morto porra. E sou ateu o suficiente pra reconhecer que a minha vida que não passou de uma piada de mau gosto, jesus filho de uma puta me fudeu bonito, em vez de me colocar em um mundo medieval me coloca em uma porra de seculo pós-modernista. emfim, provavelmente ninguém vai se lembrar de mim além dos meus parentes, mas se alguém da panela ou de qualquer outro cranco que eu frequento lembrar, quero que lembrem de mim como alguém que teve coragem suficiente para assumir um fato já consumado e torná-lo finalmente físico. Alguém que resolveu dar um saltou em meio a toda amargura e desespero, que abriu os braços e pulou no penhasco da morte de uma vez, que aceitou o fato da vida não ter nenhum sentido e que a humanidade não merece a foda, hoje depois que meu gato morreu eu finalmente tive a coragem de me matar, o gato era jovem, não tinha nem 2 meses e foi atropelado, vi toda a alegria e felicidade dele sumir em um piscar de olhos, ele era filho da minha outra gata pra piorar, mas não é por isso que vou me matar,foi porque eu percebi o quão simples a vida é, o quão fúteis, insignificantes e nojentos nós somos, que até nos podemos perder tudo com um simples acidente, e passamos isso por toda a vida, desviando de acidentes e procurando um porto seguro, essa parte do gato aconteceu recentemente, o resto da carta eu ja havia escrito no começo de janeiro quando eu ja estava pensando sobre me matar, tirei o mês inteiro de pra pensar, eu realmente estava ocioso, mas esse acontecimento foi o suficiente pra eu tomar uma decisão e ir fundo, depois que eu lançar essa carta vou pra algum beco aqui de dublin e atirar na minha propria cabeça, eh isto.
  3. um abraço a todos que leram e imposto é roubo
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