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Diana ~ História

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Sep 17th, 2014
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  1. Ah, Setembro... Lembrado como o mês em que a primavera chega ao hemisfério sul -pelo menos no mundo dos tais humanos mentecaptos; e também, por aqueles que a conhecem e se dão o trabalho de lembrar, o mês de nascimento de Diana, mais conhecida como "A Insolente" -que provavelmente é o adjetivo mais adequado para descreve-la. Porém, o ponto culminante deste texto não seria a personalidade da ninfa -ao menos não na devidas circunstâncias- e sim, na sua história de vida, considerada totalmente intolerável para qualquer espírito que tenha um mínimo de bom senso.
  2. Bem, comecemos com seu nascimento, em 1.867, no dia 26 do mês dito pouco antes. Sua mãe, Íris, ficou numa felicidade sem fim: havia acabado de dar continuidade a sua espécie, e além de sentir-se orgulhosa de si mesma, também clamava pelo orgulho da Deusa a qual adorava: Ghal. Por sua tendência bondosa, Íris certamente tinha um amor incondicional por todos os animais e espíritos de Sylestia, especialmente por Diana, afinal, a mesma havia ficado no seu ventre por meses, herdara seu sangue, e além de tudo, quem sabe fosse um outro motivo de orgulho da mãe no futuro. 
  3. Mas para a infelicidade de Irís, foi aí onde a pobre ninfa se enganou. Desde bem novinha, Diana mostrava certos sinais de amargura e desobediência, além de ter um ódio terrível pela maioria dos animais -exceto aqueles em que viviam em lugares frios, pois ela apreciava a capacidade desses animais de sobreviverem sozinhos em lugares assim. Mas fora eles, ela pensava que a única "utilidade" do resto animais, fossem fazer parte de sua cadeia alimentar, suprindo suas necessidades alimentares para sobreviver. Por esses e muitos outros motivos, enquanto crescia, os espíritos ao seu redor decidiram adotar um apelido para a ninfa, que mais tarde, ficou conhecido como seu próprio sobrenome, sendo ele "A Insolente". Seus atos e pensamentos confirmavam o significado do seu apelido sem deixar a desejar, o que causou o afastamento dos demais espíritos e a preocupação da sua mãe -que por sinal, já estava começando a imaginar que tendência dela certamente não era bondosa, e o que lhe restava, era apenas rezar para Mathe que a tendência de sua "doce" filha fosse neutra. 
  4. Até que, para a surpresa (ou não) e decepção de Irís, foi relatado para ela por uma fonte anônima, que Diana havia matado um coelho. Claro, se fosse para sua alimentação, tudo estaria logo resolvido e justificado, mas não era tão simples. A ninfa havia matado o coelho só por diversão, e ficara admirando os olhos petrificados e sem vida do animal por várias horas, enquanto brincava com o corpo morto do pobre bichinho. 
  5. Talvez a mãe já desconfiasse do verdadeiro jeito de ser da filha, e já esperava por isso, não pôde conter uma reação perplexa, digna de quem não tinha a mínima ideia do que fazer diante de tal fato absurdo. 
  6. E mesmo que não fosse típico do seu jeito de ser, e ela estivesse tentando repelir este sentimento com total força, Irís não conseguia impedir a si mesma de tomar certo desgosto por Diana; aquela que havia seu sangue, sua filha. Por isso, achou que a melhor alternativa tanto para ela, quanto para Diana, fosse que elas se afastassem, e que a filha encontrasse os espíritos que dividissem os mesmos desejos e pensamentos doentios que ela. 
  7. Diana, sem remorso pelo o que havia feito com o coelho -e outros animais não citados- foi caminhando sem rumo na direção oposta que Íria, rezando a Dallila que amaldiçoasse sua mãe por não ter cuidado dela da devida maneira correta como uma mãe de verdade faria. Fora esse caso, ela nunca fora tão cética pela Deusa, a ponto de rezar para mesma todos os dias -somente agradecia a ela, pois rumores que viajaram Sylestia e chegaram à ela diziam que Íris havia perdido tudo, e que andava sofrendo de mais. Se isso era resultado da maldição ? Ninguém sabia, porém Diana concluiu que sim, e preferiu pensar que havia triunfado e que Íris recebera o que merecia.
  8. Pois enfim, a ninfa levava a vida como todas as outras, porém, não era tão experiente quanto suas "irmãs", já que sua mãe não a treinara da devida maneira quando era mais nova, e nem ninguém havia se interessado por treiná-la também. Por esse motivo, ela era bem inexperiente, e teve que aprender a se virar sozinha, de um jeito improvisado, sempre com dificuldades para achar o que comer. 
  9. Certo dia, depois de tanto andar, chegou em uma área muito fria, que para sua desgraça, estava nevando. Esse fato dificultava ainda mais sua procura de alimento, e seu sucesso em tal missão. Estava começando a ficar faminta, cansada, e com frio, e a esse ponto, já não colocava muita fé em procurar por seu alimento, e pensava em desistir de tal coisa; agora procurava por um lugar quente para abrigar-se e passar a noite. Durante seu trajeto para uma caverna cuja localização havia sido ouvida por ela em uma conversa entre dois espíritos que por ali passavam, como se por um milagre, viu algo que finalmente a deixou contente.
  10. Encontrara um filhote de raposa, aparentemente sozinho, provavelmente abandonado pela mãe, todo encolhido de frio. Havia pelos joviais, num tom de vermelho rubro, que pareciam macios e sedosos. Seu corpinho inteiro estava "salpicado" por pontinhos brancos, que mais pareciam purpurina vistos de longe, porém foram reconhecidos mais tarde como pequenos flocos de neve que davam um toque mágico na aparência da pequena raposa. A ninfa olhava com desejo para sua presa, tão frágil, tão inocente... Oh, não comia à muito tempo atrás, e como clamava por aquela carne. 
  11. Com uma voracidade incomum, arrancou o galho mais "afiado" que conseguiu encontrar no pinheiro ao seu lado, com intenção de usá-lo como arma. Ela sabia que aquilo não era algo muito -quase nada, para se falar a verdade- eficaz para se matar um animal, porém, apesar de tudo, ela tinha alguns fatores à seu favor, sendo dois deles o pequeno porte da raposa, e o elemento surpresa. E se nada disso adiantasse, ela poderia muito bem usar sua força contra o bicho, que certamente não seria capaz de dete-la. Então, aproveitando sua chance, foi aproximando-se lentamente, e preparava-se para atacar, quando percebeu que a raposa já havia notado sua presença muitos instantes atrás, mas não permitia a si própria de se mexer, muito menos de fugir. Apenas encarava a ninfa, como se sentisse dó de Diana, e não de si mesma, cujo final certamente estava próximo. Parecia aceitar a morte, sem nenhum resquício de esperança que a mulher (ou melhor, espírito) à sua frente poupasse sua vida -que agora, sem mãe, era considerada inútil até mesmo pela própria raposa- acolhendo seu cruel destino como se fosse um velho amigo que estivesse vindo visita-la. 
  12. Aquilo obviamente perturbou Diana, afinal, nunca tinha visto nenhum animal desistir, ceder sua vida tão rápido. Mas de súbito, decidiu matar logo a pequenina, de modo a eliminar de uma vez por todas aquele maldito olhar piedoso do animal, que estava começando a tirá-la do sério. Assim, espremendo os olhos, franziu a testa, como se isso fosse ajudá-la a reunir a maior quantidade de força -tanto física, quanto mental- para realizar tal ataque.
  13. Porém, momentos depois, todo aquele esforço pareceu em vão. Alguma coisa dentro da ninfa a impedira de assassinar o pobre bichinho -algo que era típico para a maioria dos demais espíritos, mas tão anormal para ela: compaixão- e então compreendeu que isso fora o que os outros sempre esperavam dela.
  14. "Algo certamente irrelevante e sem valor."
  15. Pensou ela com tal desgosto sobre a compaixão, com um ódio descomunal de si mesma por estar sentindo tal coisa. Como se quisesse piorar sua situação, revirou os olhos, e resmungando para si mesma, obrigou-se a pegar o pequeno serzinho no colo, e levá-lo consigo para seu destino original -a caverna- para que ele pelo menos não morresse ali: sozinho e com frio. 
  16. "Abandonada por todos também, coisinha ?"
  17. Falava Diana num tom irônico para a pequenina raposa, querendo insinuar que entendia muito bem toda a tempestade de sentimentos e pensamentos confusos e angustiantes que provavelmente se passavam dentro da cabecinha do animal, e dos quais a ninfa também não sentia falta.
  18. Ao finalmente chegarem, a raposa rapidamente saltou dos braços de Diana, e se recolheu no fundo da caverna (que por sinal não era tão extensa), e adormeceu profundamente ali, no canto mais escuro -e talvez mais frio- do local. Já a ninfa, tratou de ir e vir, procurando pelos materiais necessários para uma fogueira nas redondezas ao lado de fora da caverna (mais precisamente apenas alguns galhos dos pinheiros da região e umas pedras -que ela julgou que acharia necessário mais tarde-, que lhe custaram duas viagens de ida e volta para que conseguisse pegar a quantidade favorável de madeira que uma fogueira que não se apagasse em alguns minutos fosse feita). 
  19. Depois de acesa, a fogueira ainda queimava com um pouco de dificuldade, pois hora ou outra uma terrível ventania conseguia adentrar o lugar, trazendo ainda consigo alguns flocos de neve, que ousavam em tentar apagar o fogo. A ninfa estava tomando conta para que o fogo não se apagasse tão cedo, mas estava ficando cansada, e precisava reabastecer suas forças. Decidida a descansar um pouco, retirou uma pele de urso da mochila que havia roubado de uma ninfa mais cedo, e ao deitar-se e cobrir-se ao lado da fogueira, adormeceu sem mais delongas, sentindo-se grata por ter achado um local seguro e sossegado para passar aquela noite.
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